Liderança é o processo de conduzir um grupo de pessoas,
transformando-o numa equipe que gera resultados. É a habilidade de motivar e
influenciar os liderados, de forma ética e positiva, para que contribuam
voluntariamente e com entusiasmo para alcançarem os objetivos da equipe e da
organização. Assim, o líder diferencia-se do chefe, que é aquela pessoa
encarregada por uma tarefa ou atividade de uma organização e que, para tal,
comanda um grupo de pessoas, tendo autoridade de mandar e exigir obediência. Para
os gestores atuais, são necessárias não só as competências do chefe, mas
principalmente as do líder.
A natureza e o exercício
da liderança tem sido objeto de estudo do homem ao longo da sua história. Bass e
Heilborn (2007) argumenta que "desde sua infância, o estudo da história
tem sido o estudo dos líderes - o que e porque eles fizeram o que
fizeram". A busca do ideal do líder também está presente no campo da
filosofia. Platão, por exemplo, argumentava em A República que o regente precisava ser
educado com a razão, descrevendo o seu ideal de "rei filósofo".
Outros exemplos de
filósofos que abordaram o tema são Confúcio e seu "rei sábio", bem como Tao e seu "líder servo". Acadêmicos
argumentam que a liderança como tema de pesquisa científica surgiu apenas depois da
década de 30 fora do campo da filosofia e da história. Com o passar do tempo, a
pesquisa e a literatura sobre liderança
evoluíram de teorias que descreviam traços e características pessoais dos
líderes eficazes, passando por uma abordagem funcional básica que esboçava o
que líderes eficazes deveriam fazer, e chegando a uma abordagem situacional ou
contingencial, que propõe um estilo mais flexível, adaptativo para a liderança
eficaz.
Nos últimos anos, boa
parte dessas pesquisas e obras tem sido criticadas por ser de escopo muito
restrito, mais preocupada com a explicação dos comportamentos de líderes face a face com seus
colaboradores, ao invés de examinar os líderes no contexto maior de suas
organizações, prestando pouca atenção ao papel da liderança organizacional em
termos do tratamento da mudança ambiental. É o processo de maior importância ao
qual se deve fazer ênfase.
Teorias
Segundo Chiavenato
(2000) a Teoria das Relações Humanas constatou a influência da liderança
sobre o comportamento das
pessoas. Existem três principais teorias sobre a liderança:
- Traços
da personalidade:
segundo esta teoria o líder possui características marcantes de
personalidade que o qualificam para a função.
- Estilos de liderança: esta teoria aponta
três estilos de liderança: autocrática, democrática e liberal.
- Situações
de liderança: nesta teoria o líder pode assumir diferentes padrões de
liderança de acordo com a situação e para cada um dos membros da sua
equipe
Para Lacombe (2003) os
líderes influenciam as pessoas graças ao seu poder, que pode ser o poder
legítimo, obtido com o exercício de um cargo, poder de referência, em função das qualidades e do
carisma do líder e poder do saber, exercido graças a
conhecimentos que o líder detém.
Estilos de Liderança
- Liderança
autocrática: na Liderança autocrática o líder é focado apenas nas
tarefas. Este tipo de liderança também é chamado de liderança autoritária
ou diretiva. O líder toma decisões individuais, desconsiderando a opinião
dos liderados.
- Liderança
democrática: chamada ainda de liderança participativa ou consultiva,
este tipo de liderança é voltado para as pessoas e há participação dos
liderados no processo decisório.
- Liderança
liberal ou laissez faire: laissez-faire é a contração da expressão em língua francesa
laissez faire, laissez aller, laissez passer, que significa literalmente
"deixai fazer, deixai ir, deixai passar". Neste tipo de
liderança as pessoas tem mais liberdade na execução dos seus projetos,
indicando possivelmente uma equipe madura, auto-dirigida e que não
necessita de supervisão constante. Por outro lado, a liderança
liberal também pode ser indício de uma liderança negligente
e fraca, onde o líder deixa passar falhas e erros sem corrigi-los.
- Liderança paternalista: o paternalismo é uma atrofia
da liderança, onde o Líder e sua equipe têm relações
interpessoais similares às de pai e filho. A Liderança paternalista pode ser confortável para os
liderados e evitar conflitos, mas não é o modelo adequado num
relacionamento profissional, pois numa relação paternal, o mais importante
para o pai é o filho, incondicionalmente. Já em uma relação profissional,
o equilíbrio deve preponderar e os resultados a serem alcançados pela
equipe são mais importantes que um indivíduo.
Liderança
A liderança é um
tema importante para os gestores devido ao papel
fundamental que os líderes representam na eficácia do grupo e da organização.
Os líderes são responsáveis pelo sucesso ou fracasso da organização. Liderar
não é uma tarefa simples. Pelo contrário. Liderança exige paciência, disciplina, humildade, respeito e compromisso, pois a organização é um ser vivo, dotado de
colaboradores dos mais diferentes tipos.
Dessa forma, pode-se
definir liderança como o processo de dirigir e influenciar as atividades
relacionadas às tarefas dos membros de um grupo. Porém,
existem três implicações importantes nesta definição.
Primeira: a liderança
envolve outras pessoas, o que contribuirá na definição do status do líder. Segunda: a liderança envolve uma distribuição
desigual de poder entre os líderes e os demais membros do
grupo. E terceira: a liderança é a capacidade de usar diferentes formas de
poder para influenciar de vários modos os seguidores.
De fato, os líderes
influenciam seguidores. Por este motivo, muitos acreditam que os líderes têm
por obrigação considerar a ética de suas decisões. Apesar de a liderança ser
importante para a gerência e estreitamente relacionada a ela, liderança e gerência não são os mesmo conceitos. Planejamento, orçamento, controle, manutenção da ordem,
desenvolvimento de estratégias e outras atividades fazem parte do gerenciamento.
Gerência é o que fazemos. Liderança diz de quem somos.
Uma pessoa pode ser um
gerente eficaz, um bom planejador e um gestor justo e organizado e, mesmo
assim, não ter as capacidades motivacionais de um líder. Ou simplesmente pode
ocorrer o contrário. Uma pessoa pode ser um gerente ineficaz, porém, em
contrapartida, ter as habilidades necessárias para um bom líder.
Entre os desafios
apresentados pelo ambiente mutável, as
organizações estão valorizando cada vez mais os gerentes que possuem
habilidades de liderança. Qualquer pessoa que aspire a ser um gerente eficaz
deve também se conscientizar de praticar e desenvolver suas habilidades de
liderança.
Afinal, nascemos ou
nos tornamos líderes?
Bibliografia:
CHIAVENATO, Idalberto. Introdução
à teoria geral da administração: edição compacta. Rio de Janeiro:
Campus, 2000.
LACOMBE, F.J.M.; HEILBORN, G.L.J. Administração:
princípios e tendências. São Paulo: Saraiva, 2003.
BASS,
Bernard. Concepts of Leadership. Understanding the Dynamics of Power and
Influence in Organizations, 2nd edition, Notre Dame: University of Notre Dame
Press , 2007.
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